Um trabalhador assassinado brutalmente, pais que não aguentaram o reflexo da barbárie, sofreram de depressão e depois morreram de infarto, um Conselho de Sentença que acatou o pedido do Ministério Público do Estado de Alagoas com sustentação feita pela promotora de Justiça Adilza de Freitas e levou o réu a uma condenação de 21 anos e 15 dias de reclusão, em regime fechado, além da aplicabilidade de uma multa no valor de R$ 1.500, Jadson Tavares do Nascimento por homicídio duplamente qualificado e crime de furto. O fato ocorreu no dia 21 de janeiro de 2006, na Grota do Andraújo, bairro Garça Torta, em Maceió.

Embora réu confesso, Jadson Tavares tentou desde o início direcionar a sua acusação para legítima defesa, o que foi descartado perante testemunhos e respaldado durante a explanação da promotora. Conforme a representante ministerial, a história apresentada pelo réu foi fantasiosa. A vítima, Edilson Oliveira de Vasconcelos, que trabalhava no estabelecimento Restaurante do Zezé teria passado o dia comemorando o seu aniversário, inclusive com Jadson – que reincidia no mundo do crime e já tinha passagem na polícia por estupro-, e um menor identificado como W.G.S., este último participando como comparsa no assassinato.

“O trabalho do Ministério Público no Tribunal do Júri é combater os crimes de sangue promovendo a defesa da vida, o direito mais importante porque sem ele os demais direitos deixam de existir. A conduta criminosa do réu condenou duas crianças a ficarem privadas para sempre do convívio com o pai”, declara a promotora de Justiça Adilza Freitas.

O caso

Consta nos autos que a vítima Edilson Oliveira de Vasconcelos, após passar o dia do aniversário bebendo com os acusados, teria pedido que fossem embora alegando que precisaria trabalhar logo cedo no dia seguinte. A dupla atendeu e a vítima entrou em casa e foi dormir. Porém, Jadson e o menor retornaram, invadiram a residência da vítima e desferiram o primeiro golpe de faca fazendo com que Edilson caísse. Sem a menor chance de se defender, impedida de se levantar, a vítima ficou um alvo ainda mais fácil para a execução do plano de matá-la.

“A vítima foi interceptada enquanto dormia e morta nas proximidades da entrada do quarto. Um crime cometido friamente com a participação dos dois, pois um segurava enquanto o outro esfaqueava. Os criminosos tiveram a intenção , inclusive, de degolar o senhor Edilson, pois a cabeça quase foi apartada do pescoço. Mais uma vida ceifada por motivo fútil”, afirma Adilza.

A mãe do menor W.G.S., ao presenciar a cena do crime, teria desmaiado, mas ao saber da participação do filho ligou para a polícia e o entregou.

Foto: Anderson Macena