Após provocação da 19ª Promotoria de Justiça da Capital, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) estuda um novo projeto para utilizar o aplicativo Hand Talk, que realiza a tradução digital e automática para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), para intensificar a inclusão na rede estadual de ensino.

A promotora de Justiça Maria Cecília Pontes Carnaúba propôs o uso da tecnologia, em reunião realizada no início de fevereiro, e foi prontamente aceita pela Seduc que já vem realizando cursos de formação básica em Libras tradicional, sem o uso de ferramentas tecnológicas, bem como formação continuada para docentes, inclusive de vários municípios.

Segundo a promotora de Justiça, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) trabalha na questão de inclusão social dos estudantes da rede pública estadual há algum tempo. Por meio de ações civis públicas e de decisões obtidas junto ao Judiciário, as escolas ganharam intérpretes de Libras, no entanto, os alunos seguiam com dificuldade no aprendizado em virtude da falta de autonomia para buscar conhecimento.

“Foi aí que tivemos ciência do aplicativo Hand Talk, criado por jovens pesquisadores alagoanos, e constatamos que a ferramenta era adequada às necessidades dos estudantes com deficiência. No material didático, serão inseridos QR Codes [Quick Response Code, espécie de código de barras de rápida interpretação], para que os alunos possam lê-lo, a partir do aplicativo, e se tornem donos do seu direito de estudo, direcionando o seu esforço na busca de saber, que era exatamente a demanda deles”, comemora Cecília Carnaúba em relação à iniciativa pioneira no país.

O superintendente de políticas educacionais da Seduc, Ricardo Lisboa, afirma que está em contato com a empresa para alinhar alguns pontos e apresentar o Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez e as escolas polos.

“O projeto do Hand Talk abre a possibilidade de expandir instrumentos e recursos na formação e inclusão cada vez maior e melhor. Estamos analisado qual a melhor forma de atuar. O que ficou acertado é que nosso portal na internet deverá seguir nessa perspectiva de inclusão. Vamos avaliar ainda a possibilidade da formação de professores, bem como o material disponível para que os estudantes tenham acesso à Língua dos Sinais, por meio do aplicativo”, afirma o superintendente.

Hand Talk

O aplicativo Hand Talk (Mãos que Falam), criado por três jovens alagoanos em 2012, realiza tradução digital para Língua dos Sinais e oferece ferramentas complementares ao trabalho do intérprete para auxiliar a comunicação entre surdos e ouvintes. A empresa, premiada internacionalmente e referência no segmento, é comanda por um simpático intérprete virtual, o Hugo, personagem 3D que torna a comunicação interativa e de fácil compreensão.

Com informações da Ascom/Secud.