As discussões se estenderam até a noite dessa segunda-feira (6) entre o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), a Prefeitura de Maceió, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (Iabs) e representantes do Centro de Pescadores visando um consenso que seja satisfatório para todos os envolvidos. Ficou acordado que, em cinco dias, o Município apresentará um estudo que possa eliminar todos os impasses relacionados ao desenvolvimento das atividades pesqueiras no Jaraguá.

As mesmas reivindicações apresentadas na reunião ocorrida pela manhã, entre o MPE/Al e os pescadores, no Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça (CAOP) foram mantidas e reforçadas à tarde numa roda de discussões com o poder público. O compartilhamento dos boxes, horário de funcionamento, forma de comercialização e tarifas a serem pagas são os principais problemas apontados pela categoria.

Após seis horas de ampla discussão, houve um acordo onde foram elaborados oito itens com incumbências para os pescadores, o Município e também para o Iabs. No primeiro, ficou definido que a Prefeitura, por meio do Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer, fará um estudo de viabilidade sobre a possibilidade do armazenamento conjunto dos apetrechos de pesca, a exemplo de rede, âncora, corda e nylon, bem como do pescado com a readequação da estrutura física. Além disso, também está em foco a circulação de consumidores para fins de venda de congelado em atacado.

Noutro ponto, a colônia de pescadores se reunirá com a secretária-adjunta municipal de Habitação e com o Iabs para que seja apresentada a relação dos pescadores e permissionários, visando um confronto com o cadastro constante no município.

“É preciso saber com exatidão o número de pescadores e assim se torne possível trabalhar de forma organizada e responsável dentro do contexto. Em suma, o Ministério Público buscou intermediar os interesses das partes em busca da melhor solução possível na ocupação do centro pesqueiro e desenvolvimento de suas atividades, observando a cultura dos pescadores”, afirma a promotora de Justiça Maria Fernanda, da Fazenda Pública.

Durante a reunião entre o Mp e os pescadores, foi sugerido pelos promotores de Justiça que no momento eles trabalhassem com a possibilidade de cada box ser ocupado por dupla. No acordo, a categoria se compromete em entregar, até a sexta-feira (10) a relação de uso compartilhado.

“Deixamos que escolham com quem querem dividir o espaço, mas é preciso que isso seja feito até porque o número de pescadores é maior do que a quantidade de boxes disponibilizados. E eles concordaram em nos apresentar a lista”, ressalta a promotora.

Já o Iabs, mediante reclamação dos pescadores no tocante ao horário de funcionamento garantiu fazer estudo para atender as necessidades dos profissionais. Eles alegam que dependem da maré para retornar do mar e que muitas vezes se deparam com o Centro Pesqueiro fechado.

Sobre a tarifa, o Município esclareceu que nos primeiros meses haverá um desembolso financeiro decrescente apenas para os custeios das despesas operacionais e que, posteriormente, será definido o valor numa construção coletiva, entre eles, com a intervenção do Ministério Público.

Ficou decidido também que as questões operacionais levantadas na audiência, como filetagem, por exemplo, serão extinguidas ao longo da execução, tendo o Iabs acatado a responsabilidade de buscar soluções. O Município de Maceió, junto com o referido Instituto, nesse período de cinco dias, verá a possibilidade de contemplar no projeto a comercialização de suprimentos para a pesca e alimentação, nos termos da legislação municipal.

Uma nova audiência ficou agendada para a próxima segunda-feira (13), às 9h, no CAOP .
Foto: Dulce Melo