“Saio do juri com a sensação do dever cumprido e a satisfação de ver que a sociedade alagoana fez justiça”. A declaração é do promotor de Justiça Antônio Villas Boas, que atuou, nessa quinta-feira (28), na acusação contra Luiz Alberto Bernardino da Silva, o “caminhoneiro”, apontado como autor material do assassinato da universitária Giovana Tenório, ocorrido em junho de 2011. Ele foi condenado por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e furto de celular, tendo recebido sentença de 29 anos de reclusão, em regime fechado.

O júri teve início por volta das 9h30, teve o promotor Antônio Villas Boas representando o Ministério Público e foi presidido pelo juiz John Simas da Silva, que leu a sentença 12 horas após, às 21h30.

“Ao final do julgamento, o magistrado anunciou que o Conselho de Sentença condenou o réu por homicídio duplamente qualificado, por motivo cruel e por recurso que impossibilitou a defesa da vítima”, disse o promotor.

De acordo com o Vilas Boas, durante o todo o júri, o Ministério Público mostrou como se deu o envolvimento do caminhoneiro no caso e como conseguiu convencer os jurados da participação de Luiz Alberto no crime. “A defesa sustentou a tese de negativa de autoria, tentando a todo custo mostrar que o acusado não teve participação. No entanto, as evidências processuais eram muitas. Mostramos os laudos periciais, as contradições nos depoimentos do réu e falamos sobre o celular da vítima que foi encontrado com ele. Não havia nenhuma dúvida de sua participação no homicídio”, garantiu”, Villas Boas.

“A conduta do réu se demonstrou altamente reprovável, por ter agido de forma demasiadamente agressiva, haja vista a pluralidade de meios empregados para assegurar a morte da jovem, com golpes de instrumento contundente em diversas regiões do corpo e meio mecânico de asfixia, como se infere do laudo cadavérico”, complementou o juiz John Silas da Silva.

Para atuar no papel de acusação, o MPE/AL contou ainda com a atuação do advogado Welton Roberto. Já a defesa do réu foi feita pelos advogados Thiago Mota e Ricardo Moraes.

O caso

No dia 2 de junho de 2011, por volta das 12h30, Giovana Tenório deixou a Faculdade de Fisioterapia do Cesmac, no bairro do Farol. Ela estaria indo ao encontro de um amigo para almoçar no Restaurante Salete, na Rua Iris Alagoense, quando foi rendida. O corpo da estudante foi encontrado dias depois, em um canavial na Fazenda Urucum, situada entre os municípios de Rio Largo e Messias.

Ainda segundo o processo, a mandante do crime seria Mirella Granconato Ricciardi, que teria descoberto o envolvimento da estudante com o marido dela, Antônio de Pádua Bandeira, também apontado como autor intelectual.

Mirella Granconato também sentará no banco dos réus. Seu julgamento está marcado para o dia 11 de outubro, às 8h, no Fórum de Maceió. Ela será julgada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

*Com informações do TJ/AL.

Foto: Itawi Albuquerque/TJ/AL.