A grandeza não consiste em receber honras, mas, em merecê-las”. Foi parafraseando o filósofo Aristóteles que o procurador de Justiça Dilmar Lopes Camerino, que já foi eleito procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Alagoas por três vezes, iniciou seu discurso de agradecimento pela honraria concedida a ele na manhã desta terça-feira (19), no prédio do MPE/AL. Durante solenidade bastante concorrida, prestigiada por autoridades dos três Poderes, Camerino foi agraciado com o Diploma de Honra ao Mérito Doutor Carlos Guido Ferrário Lobo, homenagem organizada pela Corregedoria Geral de Justiça.

“Quando fui comunicado sobre a homenagem, fiquei pensando se eu era merecedor dela. E, então, comecei a fazer uma retrospectiva da minha vida funcional. Tive a oportunidade de participar da Ampal, tanto como diretor de Relações Públicas, quanto como presidente da entidade. Foram nessas oportunidades que pude me aproximar mais dos meus colegas de Ministério Público. Quando presidimos a Associação, tivemos, por exemplo, a sorte de conseguir um gabinete odontológico para atender aos associados e o terreno onde hoje está instalada a Ampal. Também levamos capacitação aos promotores e procuradores de Justiça através de ciclos de palestras. Foram gestões dinâmicas”, lembrou Dilmar Camerino.

O homenageado também recordou sua passagem como procurador-geral de Justiça. Ele foi chefe do MPE/AL por três vezes. “Conquistamos a independência financeira do Ministério Público ao termos o nosso orçamento desvinculado do Estado. Antes dessa vitória, por muitas vezes, promotores e procuradores, especialmente aqueles já aposentados, passavam por constrangimentos ao ter que esperar por seus contracheques na Secretaria da Fazenda. À época, o MPE/AL também andava em descompasso com a Constituição Federal e, para nos atualizarmos a ela, conseguimos a aprovação de um projeto de lei que dava ao Ministério Público a sua própria lei, tornando-o ainda mais autônomo. Além disso, regulamentamos o Controle Externo da Atividade Policial, construímos e reformamos várias sedes de promotorias no interior, montamos uma assessoria técnica que, de tão qualificada, até hoje continua sendo aproveitada pelos procuradores-gerais que me sucederam e intensificamos o combate à improbidade administrativa”, disse ele.

“Ser promotor de Justiça é exercer uma das mais belas profissões que existe. Tenho orgulho de integrar a carreira de membro do Ministério Público e, se sacrifiquei minha família com a minha ausência durante os anos em que chefiei essa instituição, tenham certeza que foi porque eu queria trabalhar a serviço da sociedade e, para ela, ajudar a construir uma realidade nova e melhor”, concluiu o procurador Dilmar Camerino.

Reconhecimento

O corregedor-geral Márcio Roberto Tenório de Albuquerque ressaltou o processo criterioso na escolha de membro do MPE/AL para receber o diploma e destacou a dedicação e o trabalho desenvolvido pelo ex-procurador-geral de Justiça. “A Corregedoria Geral busca homenagear algum promotor ou procurador de Justiça que vem sendo parte significativa do Ministério Público nessa busca pela excelência no desempenho da função social. Para esta homenagem, escolhemos um membro, em 2° grau, que já derramou suor e lágrima ao Ministério Público e trabalhou pelo engrandecimento da nossa instituição. Quero dizer que não foi ácil fazer essa escolha, mas, sabemos que a honraria é merecida por tudo o que o procurador Dilmar Camerino representa”, explicou o corregedor-geral, Márcio Roberto.

Coube ao corregedor-geral Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, ao corregedor-geral substituto Vicente Félix Correia, a secretária-geral da Corregedoria, promotora de Justiça Adriana Gomes Moreira dos Santos, e aos promotores de Justiça e assessores da Corregedoria, Roberto Salomão do Nascimento e Humberto Henrique Bulhões Barros Paula Nunes, além da assessoria administrativa, a escolha do nome do procurador de Justiça Dilmar Camerino para receber o diploma.

“O que justifica alguém ficar tanto tempo conduzindo uma instituição? A aplicação da conduta de humildade, sem, claro, a prática da subserviência é a resposta certa. Sua postura, sempre, de correição, ética e baseada na fiel observância aos princípios constitucionais que regem o Ministério Público foram os fatores preponderantes que levaram Dilmar Camerino a conquistar a confiança e o respeito dos membros e servidores desta instituição”, declarou Adilza Inácio de Freitas, presidente da Ampal.

Com o discurso que encerrou a solenidade, o procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, afirmou que a honraria prestada ao colega Dilmar Camerino foi um “ato de justiça”. “Esse está sendo um ato de justiça porque se trata do reconhecimento dado a um membro do Ministério Público que traduz a história da nossa instituição. Seu legado foi deixado ao longo de anos, desde a entrada dele no MPE/AL e, especialmente, a frente de três grandes gestões. Jamais vamos nos esquecer dos méritos de Dilmar Camerino, que começaram a ser percebidos quando ele ainda era promotor de Justiça e seguiram até a sua chegada ao cargo de procurador”, afirmou Sérgio Jucá.

“O seu lugar será de destaque quando alguém resolver escrever a história do Ministério Público Estadual de Alagoas. Se hoje temos um MPE/AL respeitável, isso se deu, também, pela intervenção por uma instituição independente e séria, que defende os hiposuficientes, os idosos, as crianças e os adolescentes, o meio ambiente, a probidade administrativa. E essa herança eu herdei dos procuradores que me antecederam, a exemplo de Dilmar Camerino, Eduardo Tavares, Coaracy Fonseca e Lean Araújo”, completou Jucá.

A homenagem

Com objetivo de premiar e incentivar os membros do MPE/AL, o Diploma de Honra ao Mérito Doutor Carlos Guido Ferrário Lobo foi instituído a partir do Ato CGMPAL Nº 04/2009 durante a gestão do então corregedor-geral Francisco José Sarmento Azevedo. Procuradores e promotores recebem o diploma como reconhecimento pelo exercício pleno das funções, de um modo geral, e em específico, da sua atuação funcional. O esforço no aprimoramento profissional, cultural e intelectual também são considerados na homenagem.

Já receberam o diploma os promotores de Justiça Maria Aparecida de Gouveia Carnaúba (2012), Alexandra Beurlen (2011), Maurício Wanderley (2010) e Rogério Paranhos (2010). O jurista Carlos Guido dá nome à homenagem por força dos relevantes serviços que prestou à Instituição por longos anos, como promotor, procurador e procurador-geral de Justiça.