As ações desenvolvidas em parceria que visam à proteção dos manguezais de Alagoas foram avaliadas pelos parceiros que integram o Projeto Pró-Manguezais, durante reunião promovida na tarde desta terça-feira (7) pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) e pelo Ministério Público Federal (MPF).

Entre as medidas já realizadas ou que estão em andamento e que foram apreciadas estão: as campanhas educativas direcionadas à comunidade; o plano de ação para realização de oficinas constantes no relatório da cartografia social do projeto; a confecção de material educativo e de divulgação, abordando, de forma lúdica e informativa, a fauna, a flora e os impactos ambientais sofridos pelos manguezais.

Também foram avaliadas: a elaboração de projeto arquitetônico e orçamento da obra para implantação de viveiros de mudas, bem como manutenção dos viveiros existentes; o diagnóstico da fauna dos manguezais de Alagoas; a difusão de informações por meio da imprensa e mídias sociais.

Ainda no encontro, que ocorreu na sede do MPAL, no bairro do Poço, em Maceió, a promotora de Justiça Lavínia Fragoso, titular da 5ª Promotoria de Justiça da Capital (Recursos Hídricos), enfatizou que também foram discutidos os próximos passos para a atuação dos órgãos que integram o Pró-Manguezais.

No dia 16 de outubro teremos a entrega do primeiro viveiro de mudas do Pró-Manguezais, instalado em Marechal Deodoro, por meio do qual vamos levar mudas para as áreas de atuação que precisam ter a flora de mangue recuperada”, anunciou a promotora.

Segundo o promotor de Justiça Alberto Fonseca, titular da 4ª Promotoria de Justiça da Capital (Defesa do Meio Ambiente), a preservação e recuperação dos manguezais impacta diretamente na proteção do Papagaio-do-mangue, espécie ameaçada que, por meio de um Plano de Ação Estadual (PAE), será reintroduzida em seu habitat.

Preservar os manguezais ajuda a proteger diversas espécies, como peixes, moluscos, aves, caranguejos, entre outras, bem como no sequestro de gás carbônico da atmosfera”, apontou.

Ao final da reunião, a procuradora da República Juliana Câmara destacou que “o engajamento de todos os órgãos parceiros nas ações pactuadas é fundamental para o sucesso do programa e, com a união de esforços, assistiremos ao sucesso do Pró-Manguezais”.

Também participaram da reunião representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), Instituto Biota, Nosso Mangue e Instituto para Preservação da Mata Atlântica (IPMA).

Saiba mais

Os manguezais são ecossistemas encontrados entre o continente e o mar em regiões de clima tropical ou subtropical. Por serem áreas alagadas, os mangues são formados por vegetações com raízes aéreas, adaptadas a essa condição. Elas têm grande capacidade de reter gás carbônico, que é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.

O ecossistema também ajuda a minimizar os impactos das marés e a controlar os sedimentos que vão dos rios em direção ao mar. No que se refere à fauna, habitam os manguezais peixes, crustáceos, répteis, entre outros animais. Além da questão ambiental, os manguezais têm uma relevância socioeconômica, sendo meio de sobrevivência para a população pesqueira e ribeirinha.