O Ministério Público de Alagoas, por meio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça (Caop) e do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos participou, na tarde desta quinta-feira (21), no auditório Edgar Valente de Lima Filho, na sede do órgão, do Fórum Permanente da Cultura dos Direitos Humanos que teve a presença da secretária especial de Direitos Humanos, Flávia Piovesan. O evento contou com a presença de promotores de Justiça e representantes de entidades que defendem as causas das minorias.

Em sua fala, o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, demonstrou preocupação com a realidade brasileira.

“Não nos conformamos com o momento nacional. Estamos inquietos com o rolo da corrupção que arrasa a nação e elimina todos os direitos básicos do cidadão brasileiro”,ressalta o procurador-geral de Justiça.

Para a secretária nacional, Flávia Piovesan, há uma necessidade urgente de se modificar as formas de agir para que a humanidade seja mais protegida e tenha a sua cidadania respeitada. A representante do Ministério dos Direitos Humanos se reportou ao Fórum Permanente da Cultura dos Direitos Humanos “é um espaço de luta, esperança, de novos caminhos e potencialidade”.

Piovesan se mostrou confiante diante de iniciativas que abraçam as causas em prol da garantia da cidadania.

“Sinto-me esperançosa quando participo de um evento como esse que fala da cultura dos Direitos Humanos, pois vivemos neles momentos de luzes e trevas, mas devemos manter viva a chama da esperança. O melhor antídoto para a cultura do ódio é a cultura da paz e não há direitos humanos sem existir o respeito ao outro”, conclui a secretária nacional.

O promotor de Justiça e vice-presidente da Associação do Ministério Público, Marcus Rômulo Maia Mello, acredita na força extraordinária dos direitos humanos pelo mundo, mas reconhece que os desafios continuam em vários quesitos.

“Vivemos a era da pós-verdade, onde as pessoas agem pelo calor da emoção. Os sentimentos primitivos afloram nas redes sociais, o Fórum Permanente é para que a chama continue acesa e para que estejamos sempre em alerta para saber distinguir entre emoção e razão”.

A coordenadora do evento, promotora de Justiça Marluce Falcão, agradeceu em nome do Ministério Público à secretária Flávia Piovesan e aos demais participantes.

“Ontem vivemos uma festa da cidadania e hoje estamos criando o Forum que é uma conquista para o estado de Alagoas. Precisamos assegurar que o cidadão seja respeitado e mudar nossa cultura, temos de nos empenhar ainda mais para que a sociedade mude suas atitudes e repense direitos humanos. Tenho convicção de que agora estaremos mais fortalecidos e ganhamos todos com essa iniciativa e união”, afirma a promotora Marluce Falcão.

A Secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Cláudia Simões, acredita que ao se falar em direitos humanos se fala no diferente.

“Nosso desafio é desmistificar o inconsciente coletivo. Entendemos que se houvesse amor e a mim mesmo, não precisaria haver preocupação com direitos humanos”, declara a secretária.

O coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas, advogado Ricardo Moraes falou da importância do evento.

“Este é um espaço para se discutir os direitos humanos visto de forma deturpada pela sociedade”. Moraes usou um versículo bíblico, do livro de Matheus para mostrar que êxito se dá quando as pessoas se colocam em lugar das outras. Devemos nos basear no que diz o livro de Mateus que diz ‘portanto, tudo o que vós quereis que os homens façam, fazei-lho também vós”, assim é possível acertar.

Ricardo Moraes mostrou a preocupação da Comissão que coordena em relação às interpretações da sociedade e ao “fazer justiça com as próprias mãos”.

“Estamos diante de números estarrecedores. Para se ter uma ideia, somente neste ano temos aqui 64 casos de injustiçamento, a população se imbui de ódio, muitas vezes incentivada pela mídia e mata. Esse espaço é importante e espero que possamos construir e mudar essa forma de agir da sociedade”, afirma o advogado.

O Fórum contou também com os promotores de Justiça Max Martins, Givaldo Lessa, Elício Ângelo Amorim, além de alunos universitários, representantes dos Anjos da Paz, da Secretaria de Estado da Prevenção (Seprev), conselheiros tutelares e oficiais de Justiça.