Representando o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), a promotora de justiça Marília Cerqueira Lima, da 12ª Promotoria de Justiça da Capital, participou do seminário “Medidas socioeducativas em meio fechado: desafios contemporâneos no atendimento ao adolescente em conflito com a lei em Alagoas”. O encontro teve o objetivo de discutir o envolvimento de jovens com organizações criminosas, foi realizado pela Secretaria de Prevenção à Violência do Estado de Alagoas e contou, inclusive, com a participação das socioeducandas da Unidade Feminina do Estado – Sistema Socioeducativo (UIF), que realizaram na oportunidade uma apresentação artística.

Em sua exposição a promotora de justiça Marília Cerqueira Lima falou sobre o sistema socioeducativo e os desafios atuais, em especial o enfrentamento das repercussões do que se convencionou chamar “adolescentes faccionados” dentro das Unidades de Internação. “Foi feita uma breve reflexão sobre avanços e retrocessos frente ao respectivo Sistema Socioeducativo em Alagoas e, assim, procurei pontuar acerca dos desafios e estratégias de ação a serem definidos, a partir do conhecimento da realidade exposta na pesquisa que foi intitulada de “Corro com o PCC”, “Corro com o CV”, “Sou do crime”: “facções”, sistema socioeducativo e a administração do ilícito em Alagoas , do Professor Fernando do Instituto de Ciências Sociais/ Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade federal de Alagoas (Ufal)”, disse a representante do MPE/AL.

O seminário foi organizado a partir da constatação, nas rotinas das unidades socioeducativas alagoanas, do atravessamento de questões ligadas ao envolvimento dos adolescentes com organizações criminosas denominadas de “facções”, o que tem gerado a divisão dos jovens em grupos rivais e tensionado o atendimento socioeducativo. Os organizadores também ressaltaram que a mesma interferência tem sido observada também em outros Estados, no qual a cooptação dos adolescentes por organizações criminosas tem elevado a quantidade de apreensões, agravado o tipo de ato infracional, o que tem preocupado aos profissionais envolvidos e comprometidos com o trabalho junto ao Sistema Socioeducativo.

“Assim, essa reunião de trabalho se propôs a discutir essa problemática junto à sociedade civil e profissionais ligados à área, visando propor estratégias que permitam garantir o caráter pedagógico do atendimento socioeducativo, com vistas ao ideal maior da ressocialização”, ressaltou.