Uma operação coordenada pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual (Gecoc), em parceria com o Serviço de Inteligência (P2) da Polícia Militar e a Radiopatrulha, prendeu, no final da manhã desta quinta-feira (13), o jovem Thiago Alexandre da Vera Cruz, de 31 anos. Ele é acusado do cometimento de três assassinatos e ainda está sendo investigado pela prática de outros quatro homicídios. O jovem fugiu de Alagoas desde 2006 e, em 2010, foi julgado à revelia e condenado há 26 anos de prisão por um duplo assassinato.

Thiago Alexandre da Vera Cruz, que estaria ocupando um cargo político em Recife, chegara em Maceió na madrugada desta quinta, e, no final da manhã, quando estava indo à casa de um parente, foi abordado pelo promotor de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, e os policiais que faziam parte da operação. Ele não reagiu a prisão e foi preso em flagrante delito porque, no momento, portava documentos falsos.

Thiago Eduardo de Melo Costa era o nome fictício que estava sendo utilizado pelo acusado em três documentos: carteira de identidade, carteira nacional de habilitação e título de eleitor. Por conta dessa prática ele será denunciado pelo crime de uso de documento falso.

Homicídios atribuídos ao acusado

Thiago Alexandre da Vera Cruz, mais conhecido como “Thiago Lampião” e filho do ex-prefeito de Campo Grande, Cyro da Vera Cruz, foi condenado, em 2010, pela autoria material de dois assassinatos. As vítimas foram Mílton Muniz e Genaldo Ferreira e perderam a vida num atentado que ocorreu no dia 12 de outubro de 2002.

“O motivo foi fútil, tanto que, o juiz Maurício Breda o sentenciou há mais de 30 anos de prisão. A pena só foi diminuída para 26 anos por causa de uma decisão do Supremo Tribunal Federal. O Thiago até tenta se defender, dizendo que outras duas pessoas assumiram o crime. Entretanto, é preciso esclarecer que, arranjar pessoas para assumir as ações ilícitas cometidas por ele, é uma prática do acusado. O processo tem provas concretas da periculosidade do réu, inclusive com testemunhas que o reconheceram. Por isso, para o Ministério Público, não há dúvidas de que ele foi o autor dos assassinatos”, explicou o coordenador do Gecoc, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto.

Quando da condenação, Thiago foi julgado à revelia porque se encontrava na condição de foragido.

Também de acordo com o promotor, o acusado, durante o tempo em que estava foragido, passou pelos estados da Bahia, Maranhão e Pernambuco, até fixar residência no município de Recife. Todavia, quando voltava para Maceió, para visitar familiares, ele contava com o apoio de policiais miliares. “Esses PMs davam cobertura ao réu”, garantiu Alfredo Gaspar de Mendonça.

Thiago Alexandre da Vera Cruz foi ouvido pela coordenação do Gecoc e, em seguida, encaminhado para realizar exame de corpo de delito. Na sequência, será encaminhado para o sistema prisional alagoano. Enquanto permanecerá preso, cumprindo a sentença prolatada em 2010, ele continuará sendo investigado pelo envolvimento em outros quatro homicídios.