O Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público do Estado de Alagoas comanda, neste momento, uma operação de combate à pistolagem no sertão alagoano. Iniciada nas primeiras horas desta quarta-feira (11), policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/Polícia Militar), Tático Integrado de Grupos de Resgates Especiais (Tigre/Polícia Civil) e Polícia Rodoviária Federal prenderam onze pessoas em flagrante de delito. A operação ocorre nos municípios de Batalha, Major Izidoro, Arapiraca e Craíbas.

Considerado um dos maiores pistoleiros do sertão, Robério Carvalho Costa veio a óbito após reagir à prisão em Batalha. Foram presos Carlos Alberto Bezerra Lima, Antônio de Pádua Oliveira da Silva, Carlisson da Silva Salgueiro, Josenildo Oliveira da Silva, José Erivaldo Pereira Delfino, Antônio Guedes Amaral Júnior (Tonico Amaral), Manoel Mendes Clemente, Clebson da Silva Gomes, José Luiz Oliveira Gomes, Luciano Isidoro Filho e Alane Rodrigues Moura. Novas prisões devem ocorrer ao longo do dia.

A força de segurança pública também cumpre 16 mandados de busca e apreensão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, a pedido do Gecoc. Até o momento, já foram apreendidas doze armas, entre elas dois revólveres calibre 38, uma pistola glock 380, uma pistola 9mm, três espingardas de calibre diferentes (20, 22 e 12, sendo esta automática) e duas balaclavas, além de 7.600 reais em espécie, 7.150 reais em cheque e 600 euros. Em posso dos criminosos, encontrava-se ainda uma camisa falsificada da Polícia Civil e mais de 500 munições de calibres diversos, como 12, 38, 380, 22 e 20.

De acordo com o Gecoc, os presos integram uma organização criminosa que atua para políticos e empresários da região, matando traficantes e desavenças políticas. Entre os mandantes, destaca-se o dentista Carlos Alberto Bezerra, preso em Batalha. O vereador de Major Izidoro Rousseau Araújo Vitorino está foragido após a força de segurança encontrar uma pistola 9mm e um revólver escondidos num buraco na casa dele, razão pela qual a esposa do parlamentar, Alane Rodrigues, foi presa.

“Segundo o conteúdo da investigação, os acusados integram um grupo de extermínio financiado por pessoas influentes da região protegê-los e matar não só desafetos, como também autores de pequenos delitos e furtos, numa prática clara de fazer justiça com as próprias mãos. O Ministério Público entende que o material apreendido e as informações referentes à operação devem ser encaminhados à 17ª Vara Criminal da Capital, que tem competência para processar e julgar crimes praticados por organizações criminosas”, explica o coordenador do Gecoc, promotor de Justiça Antônio Luiz dos Santos.

“No que pese a notícia de prática de crimes dolosos contra a vida pelos acusados, há também a participação dessas pessoas, de maneira organizada e permanente, em crimes de outras naturezas, a exemplo do comércio ilegal de armas e munições na região bancado por políticos e empresários há um bom tempo”, complementa o promotor.

Todos os presos foram encaminhados para a as Delegacias Regionais de Arapiraca e Batalha. A investigação do Ministério Público do Estado de Alagoas teve início em janeiro deste ano.