É preciso ser vigilante para acompanhar o ritmo dos avanços tecnológicos, identificar o uso indevido das suas ferramentas e agir. A ideia é de aperfeiçoar cada vez mais o conhecimento dos profissionais que, diariamente, lidam com situações constrangedoras e podem causar danos irreparáveis na vida do cidadão. Pensando assim, numa parceria entre o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) , por meio da sua Escola Superior, durante os dias 19 e 20 deste mês, o promotor de Justiça da Bahia, Fabrício Patury, ministrou o minicurso ‘Crimes Cibernéticos’ para membros e servidores da instituição, além de delegados das polícias Federal e Civil. O evento ocorreu no auditório Edgar Valente de Lima Filho, mo prédio-sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em Maceió.

Com palestras dinâmicas, Fabrício Patury, também especialista em Ciências Criminais, mostrou por meio de vídeos as disparidades entre a dependência e a consciência das pessoas diante do mundo virtual, a maioria alheia à vulnerabilidade a qual é submetida. A avalanche de crimes identificados por meio das redes sociais é algo preocupante, mas é possível combatê-los e punir culpados, desde que os profissionais que lutam pela promoção de justiça tenham a qualificação necessária. Eis a mensagem do promotor de Justiça da Bahia.

‘Fizemos uma análise dessa nova sociedade digital para que tomem consciência e possam se posicionar. Cobramos das pessoas que estão aqui que deem um pulo para a revolução 4.0 e, da mesma forma, venham para a investigação em 4.0. É preciso dizer, olha você está numa outra sociedade com uma forma de investigar diferente, senão atuarão como sempre”, afirma Patury.

Para o sábado, ele preparou assuntos mais aprofundados e discutiu sobre os negócios mais escusos ou crimes mais bárbaros bancados pela internet.

“Descemos ao mais profundo nível de explicação do que é a internet para que todos tenham efetivo conhecimento técnico para poder fazer uma investigação de fontes restritas e com mais qualificação. Como por exemplo, o que discutir, o que pedir ao juiz no caso de um embargo, de uma decisão sem que haja qualquer insegurança. E finalizamos falando de temas mais ainda mais robustos como deep web, investigação em deep web, entender como funcionam e como investigar também as criptomoedas, assim investigamos praticamente todas as partes, fontes abertas e restritas, capacitando as pessoas que trabalham com isso para esse tipo de investigação mais atual”, ressaltou Patury.

O diretor da Escola Superior do Ministério Público do Estado de Alagoas, procurador de Justiça Luiz Barbosa Carnaúba, entendeu o momento como indispensável já que a instituição é uma das maiores fiscalizadoras de ilegalidades, além de estender a capacitação a integrantes de outros órgãos.

“É preciso que nos adequemos à evolução para que nossas ações tenham resultados mais satisfatórios. Os criminosos estão se valendo da tecnologia para o cometimento das maiores atrocidades pelo mundo e não podemos estacionar. Esse curso é de grande valia, porque aprofunda os conhecimentos dos profissionais que atuam diretamente com essas situações”, evidencia Carnaúba.

Para o presidente da Associação do Ministério Público do Estado de Alagoas, promotor de Justiça, Flávio Gomes, o curso aumentou indiscutivelmente o conhecimento dos participantes.

“Sem sombra de dúvidas o que vimos foi um espetáculo de capacitação trazido pelo renomado promotor de Justiça, Fabrício Patury. Já tivemos a honra de tê-lo outras vezes e o retorno é sinal de que o conteúdo é extenso e permite que temas tão delicados sejam tratados com maior profundidade. A parceria com a Escola do Ministério Público nesse momento é mais uma forma de pensar a qualificação de membros, servidores e também de pessoas de outras instituições”, declara o presidente da Ampal.

O delegado Thiago Prado, que trabalha na Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), elogiou o curso: “O mundo digital não é apenas um canal de comunicação, mas também de prática dos mais variados delitos. Assim, urge a necessidade dos autores da persecução penal, sobretudo membros do Ministério Público e Polícia Civil, se capacitarem para atuar nesse tipo de investigação cibernética. O curso do dr Fabrício Patury foi muito colaborativo nesse aspecto. Com linguagem simples e didática, tivemos instrução para trabalhar com diversas formas de investigação no meio digital. Estão de parabéns a AMPAL e o MPAL pela iniciativa”, disse ele. 

Deep web

A deep web é a parte escura e mais profunda da internet que acomoda hackers, criminosos de todos os tipos, como, por exemplo, redes de tráfico de drogas, pedofilia, terroristas, homicidas etc. É formada por redes com conteúdos espalhados no mundo todo burlando as leis e todas as regras, tornando quase impossível o rastreamento dos seus manuseadores.

Por ela são organizados os crimes mais cruéis por grupos que vivem no anonimato. Há quem diga que até mesmo seres humanos e órgãos são comercializados por lá. é o local em que todo tipo de informação pode ser encontrado.

Embora a Deep Web não seja usada exclusivamente para fazer o que é ilegal, é certo afirmar que lá há diversas formas de ser prejudicado. Além de correr o risco de ficar exposto a materiais realmente ultrajantes, os usuários podem comprometer os seus dados e informações ao baixar programas ou arquivos sem saber exatamente o que eles são.

Muitos vírus e malwares são espalhados através da Deep Web. Além disso, a web profunda também é o local onde muitos golpes são aplicados em pessoas que buscam um serviço específico, como o comércio de drogas ilegais. Como há muitos sites de comércio, algumas plataformas também servem de fachada para o roubo de informações bancárias e dados sigilosos.

* Informações do www.profissionaisti.com.br