O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) voltará ao Laboratório Industrial Farmacêutico de Alagoas (Lifal) no próximo dia 20 de junho, às 9h30, para fazer nova vistoria nos medicamentos armazenados no prédio público. Nesta quinta-feira (10), a 26ª Promotoria de Justiça da Capital (Defesa da Saúde) foi ao local acompanhada da Secretaria de Estado de Saúde (SESAU) e do Conselho Estadual de Saúde para identificar os produtos que serão incinerados por estarem fora da validade ou inutilizáveis por mau condicionamento.

Depois de incinerar mais de 50 toneladas de medicamentos e correlatos, a SESAU foi impedida em setembro de se desfazer de mais produtos a pedido do MPE/AL. Em abril, a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde da Capital recebeu uma lista com todos os itens e os respectivos lotes que se encontravam no galpão do Lifal e juntos somavam R$ 1.439.073,74. Entre eles, material de grande procura, como fios de algodão para sutura, e de alto valor, como o diafragma de silicone. Esse material é proveniente de unidades estaduais de saúde da capital e de municípios do interior do estado.

No entanto, quando a equipe do MPE/AL foi conferir os itens no local percebeu que a disposição dos produtos impedia a verificação dos medicamentos e correlatos. Além disso, o órgão ministerial constatou que havia produtos não listados pela SESAU, enquanto outros estavam com os recipientes abertos. Segundo a secretária de estado Rozangela Wyszomirska, que acompanhou a inspeção junto à promotora de Justiça Micheline Tenório, trata-se de material que chegou do interior recentemente.

“Decidimos remarcar uma nova visita por conta da necessidade de dados detalhados sobre os produtos que se encontram armazenados no galpão do Lifal”, disse a titular da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde da Capital, após se reunir com os representantes da Secretaria e do Conselho Estadual de Saúde presentes na vistoria.

Para a visita do próximo dia 20, Micheline Tenório solicitou à Sesau a relação detalhada de todos os itens que se encontram no local, bem como a origem de cada um deles e os problemas que os levaram à incineração. Ela também quer saber quais medicamentos e correlatos foram levados ao Lifal depois da entrega da lista em abril, quais foram retirados do local por medida de segurança e o nome dos servidores públicos e funcionários terceirizados envolvidos na transferência de cada item.

A maior parte do material esgotou seu prazo de validade no ano passado, porém alguns deles tornaram-se indisponíveis em 2014. Os que se encontram no galpão dentro do prazo foram perdidos por conta de problemas de armazenamento, principalmente pela temperatura dos almoxarifados onde se encontravam, superior a 30º C.