O golpe já vinha sendo praticado há cerca de dois anos e conseguiu fazer mais de 100 vítimas. Para executar o crime de estelionato, o acusado se utilizava de documentos falsos em nome de pessoas que jamais poderiam saber que suas identidades estavam servindo para a prática de um ato delituoso. Assim agia Hermann Santos Calaça, de 35 anos, preso na tarde desta quarta-feira (23), numa operação comandada pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) e que contou com o apoio do 8° Batalhão da Polícia Militar e do Serviço de Inteligência da PM.

Hermann Santos Calaça, que utiliza 10 carteiras de identidade falsas, fazia uso da identidade de cidadãos comuns para conseguir adquirir cartões de crédito de diferentes bandeiras e com limites disponíveis também de variados valores. “Ele é um estelionatário conhecido e já praticava esse tipo penal há aproximadamente dois anos. A prisão dele foi resultado da continuidade das investigações do Gecoc sobre quadrilhas que clonam cartões de crédito”, informou o promotor de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça, coordenador do Gecoc.

Mandado de busca e apreensão

Na manhã desta quarta-feira, o Gecoc e homens do 8° BPM cumpriram um mandado de busca e apreensão, expedido pela 17ª Vara Criminal da Capital, na residência do acusado, que está localizada no complexo Benedito Bentes. Ele não estava em casa, mas, diante de seus familiares, a busca foi realizada no interior do imóvel. Lá foram encontradas dezenas de cédulas de identidade e cartões de crédito de diversas pessoas que, até então, não tinham ideia de quem teria conseguido seus dados para falsificar tais documentos.

“Provavelmente os nomes dessas vítimas estão nos dois HDs que também apreendemos na manhã desta quarta-feira. Os equipamentos contêm mais de mil registros de identidade diferentes. Além disso, também está sob a nossa posse um rolo de papel no formato de contas de energia da Eletrobras Distribuição Alagoas. Certamente, depois de preenchidos e devidamente cortados, cada documento daquele iria servir para comprovar o endereço das vítimas que seriam os novos alvos do golpista. Assim, ficaria mais fácil o processo de convencimento junto as operadora de cartão de crédito. Mas, nós ainda não sabemos se ele também falsificou os recibos de luz ou, de alguma forma, conseguiu-os todo em branco, prontso para receberem os dados de qualquer cidadão”, detalhou Alfredo Gaspar de Mendonça.

Prisão

Hermann Santos Calaça estava no município de Caruaru quando o mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência dele. A tarde, quando retornava para Maceió, ele foi interceptado por integrantes do Gecoc e PM’s do 8° Batalhão, situado em Rio Largo, nas proximidades do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares. Contra ele havia um mandado de prisão temporária também expedido pela 17ª Vara Criminal da Capital.

O acusado não tentou reagir e, após ser ouvido pelos promotores Alfredo Gaspar de Mendonça e Antônio Luiz dos Santos Filho, confessou a prática criminosa. Ele foi encaminhado à Central de Flagrantes para os devidos procedimentos legais.