Uma manhã inteira dedicada ao esclarecimento de como cada cidadão pode auxiliar no combate à violência contra mulher. Assim foi a última atividade de rua da campanha “Agosto Lilás”2018 – A Outra Vítima”, promovida pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), com o objetivo de diminuir os índices de crimes previstos na Lei Maria da Penha e sensibilizar vítimas e pessoas que vivem ou conhecem histórias de relacionamentos abusivos a denunciar estas situações. A ação contou com paletaras, atendimento médico, jurídico e uma peça teatral. Já as demais atividades de conscientização continuam até o final de agosto nas redes sociais da instituição ministerial.

O evento parou o Calçadão do Comércio, no Centro de Maceió, com mulheres, casais e estudantes assistindo palestras e atrações culturais, como a Banda da Polícia Militar, e, também, buscando informações de como proceder para denunciar situações de violência contra a mulher. Houve ainda participação de crianças assistidas por umas das ações sociais do Sesc que distribuíam abraços para quem passava pelo local.

Outra atração que chamou muita atenção, foi um espetáculo de teatro encenado por um grupo de alunos da Escola Veridiana Soares, do município de Feira Grande. Durante a performance, eles mostraram a evolução de três relações conflituosas entre mulheres e seus companheiros abusivos. A peça encenou todas as fases de um relacionamento repleto de violência, desde quando o casal se conheceu até atos de extrema violência ocorridos após o casamento.

A promotora de justiça Maria José Alves, uma das coordenadoras da campanha Agosto Lilás, falou sobre a necessidade de denunciar situações de violência. “É preciso quebrar o silêncio. Crescemos achando que não devemos nos meter, quando é preciso intervir de alguma forma. Se não pessoalmente, mas fazendo uso do o 180, que é o ligue denúncia do Ministério da Justiça, ou diretamente para a Polícia Militar, aqui em Alagoas, por meio do 190. Não podemos ficar calados”, disse.

Ela ressaltou ainda que estas situações criam outras vítimas, que são atingidas de maneira secundária pela violência. “Há os filhos desse casal que vive em conflito. Eles são a outra vítima. Essas crianças e adolescentes também precisam ser assistidas e protegidas. Alguns crescem achando que bater, xingar, fazer pressão psicológica são atitudes normais, muitas vezes se tornam cidadãos agressivos que, muitas vezes, repetem o comportamento do pai e até o da mãe. Ou seja, precisamos agir para que isso seja estancado”, afirmou a promotora.

Durante as atividades, houve distribuição de cartilhas, panfletos e laços lilases e bate-papo com a comunidade sobre a Lei Maria da Penha. A campanha continua nas redes sociais do Ministério Público.

Fotos: Anderson Macena