O crime foi de repercussão nacional, premeditado friamente com atribuições individualizadas para cada envolvido na morte bárbara que vitimou o torcedor do Centro Sportivo Alagoano (CSA), Pedro Lúcio dos Santos, conhecido como “Peu. Com firmeza, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) atuou, incansavelmente, por dois dias, para que a justiça fosse feita, trabalho que resultou na condenação de Milton Pereira da Silva Neto e Jonas Paulo Santana Café, ambos integrantes da torcida organizada Comando Vermelho (Alvirrubro) a 28 anos de prisão, em regime inicialmente fechado. O Conselho de Sentença acatou as qualificadoras de motivo torpe, e agravante do crime cometido com recurso que dificultou a defesa da vítima. Na acusação, esteve à frente a promotora de Justiça Adilza Freitas.

De acordo com os autos, na trama criminosa, Jonas Paulo ficou incumbido de conduzir um dos veículos utilizados pelos assassinos, transportando Milton Neto e outros comparsas, todos armados, até o local do crime, participando diretamente de todo processo. Os condenados já haviam construído, antes da morte do torcedor azulino, segundo os autos, um histórico de violência e agressões a torcedores de crimes rivais.

“Estivemos diante de um caso de violência extrema e não há nada que justifique tanto ódio. Os criminosos planejaram a ação, tiveram, inclusive, todo o cuidado para garantir que não seriam identificados, pois foram ao local do homicídio com os rostos cobertos e armados. Espancar uma pessoa com barras de ferro é sinônimo de perversidade e estivemos, mais uma vez, defendendo a vida, para que os filhos da vítima, toda a família, e amigos, em memória do senhor Pedro Lúcio, ao menos, sintam-se mais aliviados.

Tanto pela quantidade das penas , quanto pelas circunstâncias judiciais favoráveis, o juiz decidiu que cumprissem pena em uma unidade de segurança máxima, ou noutra unidade prisional que o juiz da Vara de Execuções Penais achar mais viável.

O caso

O espancamento ocorreu no dia 4 de maio de após uma partida entre o CSA e o Confiança, no Estádio Rei Pelé, na capital alagoana. Ao final da partida e derrota do seu time do coração, a vítima, conhecida como Peu, decidiu comer um churrasquinho nas proximidades quando foi surpreendido pelos atos de violência de torcedores do maior rival que é o Clube de Regatas Brasil (CRB).

Pedro Lúcio, segundo as investigações, não era integrante de torcida organizada e, para a delegada do caso, foi uma vítima casual. Ou seja, os assassinos queriam despejar a fúria em qualquer pessoa que se deparassem e fosse identificada como torcedora do CSA. A vitima ainda resistiu três dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Geral do Estado (HGE). Ela deixou quatro filhos de menoridade.