Após atuação do Ministério Público do Estado de Alagoas, durante dois dias de julgamento (18 e 19 de julho), os jurados condenaram os réus José Henrique Queiroz Barbosa Rocha e Bruno Barbosa Vilar pelo assassinato do empresário Gilmário Alencar dos Santos, ocorrido no município de Olho D’água das Flores, em fevereiro de 2021. A vítima foi asfixiada e, depois, teve o seu corpo totalmente carbonizado, sem qualquer chance de defesa.

No tribunal do júri, o Ministério Público esteve representado pelo promotor de Justiça João de Sá Bomfim Filho, que sustentou a acusação de homicídio triplamente qualificado, por motivos torpe, cruel e que impossibilitou a defesa da vítima. Com o fim do julgamento e a condenação dos réus, o promotor afirmou que a justiça ao caso foi feita: “O Gilmário teve a vida interrompida sem ter feito mal a qualquer pessoa. Foi impedido de seguir ao lado da família porque o seu algoz não quis honrar uma dívida que lhe era devida. O débito jamais poderia servir de motivação para a prática do assassinato que, importante frisar, foi friamente planejado. Inicialmente, o José Henrique atraiu a vítima para o seu lava-jato, asfixiou-a e, na sequência, forjou um sequestro.  Posteriormente, após perceber que a morte não havia sido consumada, o réu levou a vítima para um terreno e praticou, de fato, o homicídio, esganando o Gilmário, colocando fogo no corpo dele com a intenção de destruir e ocultar o cadáver. Foi um crime bárbaro e merecia uma condenação capaz de fazer justiça à família e pacificar toda a população sertaneja”, declarou João de Sá Bomfim Filho.

José Henrique Queiroz Barbosa Rocha e Bruno Barbosa Vilar foram condenados, respectivamente, a 27 anos, 10 meses e 25 dias e 19 anos, 4 meses e 10 dias de reclusão. O júri popular teve início na terça (18) e foi concluído nessa quarta (19).

José Henrique, autor da trama, foi sentenciado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, furto qualificado, destruição de cadáver e posse irregular de arma de fogo de uso permitido. Já o seu funcionário à época, que ajudou a asfixiar a vítima e esconder o corpo de Gilmário, foi condenado por homicídio qualificado, furto qualificado e destruição de cadáver.

Quando do ajuizamento da denúncia, a ação foi assinada pelo promotor de Justiça Paulo Zacarias. Já o promotor de Justiça Kleytionne Pereira Sousa foi o responsável pela fase da instrução do processo e, por fim, o promotor João de Sá Bomfim Filho fez as alegações finais e atuou perante o tribunal do júri. Ao lado dele, essa semana, trabalharam como assistentes de acusação os advogados Raimundo Palmeira e Adauto Bispo.

O assassinato

Gilmário Alencar dos Santos foi morto em 24 de fevereiro de 2021, após ter sido atraído por José Henrique Queiroz Barbosa Rocha para o lava-jato do qual ele era proprietário. O réu matou a vítima porque devia a ela uma quantia aproximada de R$ 10 mil e não queria mais ser cobrado pela dívida.

Além de praticar o homicídio por asfixia, os assassinos ainda atearam fogo no corpo de Gilmário e jogaram o seu corpo em uma cisterna, localizada num terreno que pertence à família de José Henrique, situado na zona rural de Olho D’água das Flores.

Foto: Dicom/TJAL