Pela 5ª edição da Campanha Justiça pela Paz em Casa, a promotora de Justiça Maria José Alves da Silva promoveu, nesta segunda-feira (23), a palestra “Prazer, Sou a Lei Maria da Penha” para 300 estudantes de escolas públicas na Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas (Esmal). A formação também faz parte do programa Justiça e Cidadania na Escola promovido pela entidade do Poder Judiciário.

Na palestra, a promotora de Justiça apresentou de forma didática temas relacionados à Lei Maria da Penha, a exemplo da origem do nome da legislação, dos tipos de violência doméstica e como o Estado age em defesa da vítima por meio de uma rede de atendimento integrada com vários órgãos públicos, além da questão de gênero. “A lei incide sempre que a violência tiver por base uma ação ou omissão relacionada à questão de gênero, independentemente de orientação sexual”, explicou a representante do Ministério Público do Estado de Alagoas

“Entendo que se quisermos mudar essa cultura do machismo, sexismo, misoginia e estupro impregnada na nossa sociedade, devemos começar pelos mais jovens. É uma mudança mais lenta? É! Mas é a única mudança efetivamente capaz de transformar, mudar e alterar posturas e comportamentos arraigados em nossa sociedade”, completou a promotora de Justiça, que comemorou a participação dos estudantes no debate após a explanação do tema, observando que muitos deles, quando faziam seus questionamentos, falavam sobre os próprios dramas.

Participaram do evento acadêmicos da nona série do Ensino Fundamental, das escolas Profª Gilvana Ataíde Cavalcante Cabral, Maria Ivone Santos de Oliveira e Teotônio Viela, pela rede estadual de ensino, e das escolas Profª Hevia Valeria Maia Amorim, Kátia Pimentel Assunção e Senador Arnon de Melo, pela rede municipal. A representante do MPE/AL elogiou diretores, professores e equipe técnica das escolas que participaram ativamente da atividade, em virtude do “estímulo” dado aos estudantes.

Canção premiada

Por conta da faixa etária do público-alvo da palestra, de 15 a 17 anos, a promotora de Justiça Maria José Alves apresentou o rock “Ligue 180” – uma referência ao número nacional que recebe denúncias de agressões contra a mulher –, da cantora Fernanda Azevedo.

Ao lado do rap “Lei Maria da Penha”, das DJs Luana Hansen e Drika Ferreira, a canção recebeu um dos prêmios do concurso musical sobre a Lei Maria da Penha promovido pelo Banco Mundial, em parceria com o Congresso Nacional, para celebrar a luta contra a violência doméstica e conscientizar a população brasileira a respeito da discriminação de gênero. Em 2016, a Lei Maria da Penha completou 10 anos de vigência.

A iniciativa recebeu 190 composições e escolheu cinco canções vencedoras que foram premiadas com a gravação de videoclipes. Outras 15 músicas inscritas foram contempladas e gravadas num CD junto com as campeãs.

Recentemente, a cantora Elza Soares chamou a atenção dos brasileiros para a violência doméstica com a música “Maria da Vila Matilde“, que integra o álbum “A Mulher do Fim do Mundo”.