Um momento especial, de reconhecimento, de agradecimento e despedida ocorreu, na manhã desta quinta-feira (17), na Sala dos Colegiados do Ministério Público do Estado de Alagoas, Procurador de Justiça Joubert Câmara Scala durante a 4ª Reunião Extraordinária do Colégio de Procuradores. O evento, presidido pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, reuniu também promotores e servidores órgão para homenagem ao promotor de Justiça, Carlos Davi Lopes Correia Lima que se despede de Alagoas para assumir cargo similar na Paraíba, sua terra natal.

Devido ao período pandêmico, a solenidade presencial teve número limitado de membros e servidores, mas foi acompanhada por centenas de pessoas que se dispuseram a prestigiar e emitir mensagens ao amigo. O promotor de Justiça, Carlos Davi, apesar ad pouca idade, 36 anos, já foi juiz na Bahia, de onde saiu para atuar em Alagoas após ser aprovado em 1º lugar no concurso. Atuou em quase todas as Comarcas, tornando-se respeitado desde que aqui chegou. Esteve à frente de casos de repercussão como a prisão e afastamento de todos os gestores de Joaquim Gomes; na situação do desvio de R$ 13 milhões de Mata Grande, ambas de repercussão nacional. Entre tantos outros momentos que só elevaram o nome da instituição, ganhando respeito e admiração por sua integridade, ética e competência.

O procurador-geral de Justiça discursou emocionado, reconhecendo a importância do promotor nas fileiras do MP de Alagoas, bem como a honra do Ministério Público da Paraíba em tê-o, a partir de 1º de julho como seu integrante.

“O Ministério Público de Alagoas perde com a saída deste grande promotor de Justiça que, fez jus, desde o início como seu representante. O doutor Carlos Davi deixa um legado, formado pela junção de competência, idoneidade, de trabalhao incansável em defesa dos alagoanos. Sempre soube respeitar e se fazer respeitado. Sentiremos muito a sua falta, perdemos, mas entendemos a sua escolha, a de ficar perto da sua família, seu pai, esposa e filhos, assim não há como questionar a decisão. Apenas ressaltamos que ele deixa o Ministério Público de Alagoas, mas continuará como membro do Ministério Público brasileiro e, por onde andar, será brilhante. Vá, amigo Davi, mas volte sempre para visitar os amigos sempre que puder”, expressou o chefe ministerial.

O procurador de Justiça, Sérgio Jucá, lembrou o vínculo de amizade com o promotor Carlos Davi, e deu seu depoimento com a voz embargada, sem conter as lágrimas.

“Enquanto estive como procurador-geral de Justiça, posso dizer que Carlos Davi jamais recusou uma missão e que desenvolveu com grandeza funcional todas aquelas que foram confiadas à sua pessoa. Ele deixa o bravo Ministério Público do Estado de Alagoas, mas continuará a prestar serviços relevantes ao Ministério Público Brasileiro, agora, no Ministério Público da Paraíba. Então, ganha, obviamente, aquela unidade do ministerial, que passará a ter uma pessoa de valor incomensurável, dotada de muitos conhecimentos na esfera jurídica e excelente profissional. E, para finalizar, quero desejar a você, amigo Davi, que seja feliz ao lado da família no estado onde nasceu”, afirma Jucá.

Outro que deixou mensagem para o promotor Carlos Davi, foi o corregedor-geral do MPL, procurador de Justiça, . Walber

“O caminho trilhado ao lado da família e a sua trajetória profissional deixam em Alagoas um exemplo de promotor de Justiça que, por onde esteve, mostrou dedicação e empenho ao nosso Ministério Público de Alagoas. Em nome da Corregedoria, parabenizo-lhe por ter sido uma grande referência entre nós”, disse.

A procuradora de Justiça, Denise Guimarães, reafirmou a perda que terá o MP de Alagoas.

“Acompanhei todas as atribuições que lhes foram conferidas e você não se furtou a nenhuma delas. E, mesmo trabalhando tanto, continuou os estudos para voltar à sua terra Paraíba, o que mostra o quanto é dedicado a aquilo que o move. O MP de Alagoas vive uma grande perda em termos de competência e, tenha certeza, nesses seu sete anos na nossa instituição, só temos elogios a te fazer”.

Também demonstrando emoção em sua fala, posicionou-se o procurador de Justiça, José Artur.

“Carlos Davi é um brilhante promotor de Justiça e demonstrou isso por meio de uma grande atuação por onde passou. Ele honrou o Ministério Público de Alagoas e, igualmente, honrará o Ministério Público da Paraíba. Ele nos deixa saindo pela porta da frente”.

Pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), falaram o coordenador e o coordenador-adjunto, promotores de Justiça, Antônio Luiz e Hamilton Carneiro, respectivamente.

“Davi é um amigo que ganhamos, um excelente promotor de Justiça, foi um grande ganho para o Gaeco e sempre correspondeu às nossas expectativas e da instituição. È, como todos á falaram, uma grande perda. Davi tem uma qualidade que é a de ser sereno, calmo ao tempo em que atua com competência”, disse Antônio Luiz.

“O meu breve testemunho é de quando vi o Davi pela primeira vez. Naquela ocasião, entrou o jovem promotor de Justiça de Joaquim Gomes, na sala do então Gecoc, hoje Gaeco, com os olhos brilhando e com o desejo de fazer justiça naquele município, em razão da corrupção que ele havia descoberto. Ali, tive a certeza de que estava diante de um grande promotor. Davi é uma pessoa inquieta e vocacionada e é essa sua inquietude que o faz um gigante representante do Ministério Público Brasileiro. Não à toa, ele abandonou a carreira na magistratura, é que o seu lugar é mesmo o Ministério Público”, declarou Hamilton Carneiro.

Os promotores de Justiça, Magno Alexandre, Marlisson Andrade e Paulo Roberto, estes últimos do mesmo concurso do promotor Carlos Davi, também deixaram suas mensagens. Servidores se manifestaram por mensagens on-line.

Sem controlar as lágrimas, o promotor Carlos Davi fez um discurso de agradecimento enaltecendo o acolhimento e o aprendizado em Alagoas.

“O Ministério Público alagoano me ensinou que uma instituição é feita, precipuamente, de homens e mulheres de envergadura moral, membros e servidores abnegados, que se doam por um ideal. E não simplesmente de prédios sintuosos ou computadores ultramodernos. Aqui aprendi que ser promotor de Justiça é muito mais que desempenhar uma singela profissão; é um verdadeiro sacerdócio, uma missão, um projeto de vida. Ser MP é pura doação, paixão e emoção. É ter o sangue da indignação pulsando em suas veias, mormente em um país marcado por tantas assimetrias, corrupção e impunidade”, diz trecho do seu emocionante discurso.

Durante a solenidade, o promotor Carlos Davi foi homenageado com um cordel que teve o título “O promotor menino”, de autoria da jornalista Dulce Melo, integrante da Diretoria de Comunicação da instituição, bem como recebeu uma placa com o seguinte texto:

“O Ministério Público do Estado de Alagoas reconhece o brilhantismo da sua passagem como promotor de Justiça, agradecendo pelo empenho, coragem, compromisso e retidão com os quais combateu à corrupção e defendeu a cidadania dos alagoanos.

Que a sua competência e a sua idoneidade possam proteger a sociedade paraíbana com o mesmo zelo. Gratos ficamos pela história que, entre nós, construiu.

Não há nada mais satisfatório na vida de um homem probo que haver cumprido o seu dever”

(Jean Baptiste Colbert).

Assinada pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque.