João Rodrigo Santos Ferreira
(82) 2122-3528
biblioteca@mpal.mp.br
Segunda à Sexta: 07:30H às 13:30H
Rua Pedro Jorge Melo Silva, nº 79, Poço, Maceió – AL, CEP: 57025-400
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A escolha do ilustríssimo filho de nossa terra, Ernani Otacílio Méro para “Patrono” da Biblioteca do Ministério Público do Estado de Alagoas foi motivada pelo fato do mesmo contribuir com à cultura alagoana, pois, além do magistério, do homem público que exerceu várias funções nos órgãos culturais e educacionais, foi um incansável pesquisador, tendo deixado inúmeras publicações, entre as quais a História de Penedo; Na Varanda do Tempo; Os Franciscanos em Alagoas; Igrejas de Maceió; Os Caminhos da Escultura Sacra; O Barão de Penedo; A Emancipação Política de Alagoas; e Santa Maria Madalena, História do Município de Marechal Deodoro.
Composição da Época
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Procurador-Geral de Justiça
Procurador-Geral de Justiça Substituto
Corregedor-Geral do Ministério Público
Corregedor-Geral Substituto
Organizador da Biblioteca
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Inaugurada em 31 de agosto de 2001 |
Filho de Osvaldo Méro e de Áurea Octacílio Méro, foi neto, pela linha paterna, de Henrique Silva Méro, advogado, músico e jornalista que, nos finais do Século XVIII, participou, ativamente, das campanhas pela Abolição da Escravatura e pela Proclamação da República.
Teve as primeiras letras na Escola Vicente dos Reis, do Montepio dos Artistas, e na Escola Anchieta, em sua cidade natal. Mais tarde buscou formação religiosa no Convento dos Capuchinhos, em Maceió (1938), bem como, a partir de 1942, no Seminário Franciscano de Ipuarana, em Campina Grande (Paraíba). Retornou a Penedo em 1944, onde casaria com Nair Barros Méro, matrimônio de que lhe vieram cinco filhos: Osvaldo Méro, Carlos Méro, Marcos Méro, Ricardo Méro e Fátima Méro.
Fez o primeiro Curso Superior na Faculdade de Formação de Professores de Primeiro Grau, em Penedo (1974), vindo mais tarde a também ser graduado em Estudos Sociais (1976) pela Faculdade de Filosofia Ciência e Letras da Universidade Federal de Alagoas (1966).
Dedicando-se ao magistério de História Geral do Brasil e das Artes, lecionou, em Penedo, em diversos colégios e na Faculdade de Formação de Professores daquela cidade, bem como, em Maceió, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Centro de Estudos Superiores de Maceió – CESMAC – e no Seminário Arquidiocesano.
Integrou a Academia Alagoana de Letras (AAL), onde ocupou a Cadeira nº 34, o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), tendo assento na Cadeira nº 35, a Academia Penedense de Letras e a Academia Arapiraquense de Filosofia, Ciências e Letras. Foi também membro do Conselho Estadual de Cultura do Estado de Alagoas.
Além de haver dirigido o Departamento de Artes e Ciências de Alagoas (DAC) e de ter participado, como membro diretor, da Fundação Pierre Chalita, foi um dos instituidores da União Teatral dos Amadores de Penedo (UTAP) e da Faculdade de Formação de Professores de Penedo.
Pesquisador e historiador, deixou vasta obra sobre a história de Penedo e do Estado de Alagoas, bem como sobre a implantação e a evolução do barroco português em terras brasileiras e sobre a presença dos franciscanos em Alagoas. Compositor, inúmeras foram as criações que produziu, incluindo missas, cantatas, hinos e canções. Poeta, cantou, por excelência, a sua terra natal.
História de Penedo, Elementos de História da Civilização de Alagoas (Sergasa, Maceió, 1974)
Meu Sonho (Imprensa Universitária, Maceió, 1977)
Painel Barroco do Brasil (História – Sergasa, Maceió, 1977)
Na Varanda do Tempo (Imprensa Universitária, Maceió, 1978)
Uma Casa de Misericórdia (Sergasa, Maceió, 1979)
Uma Paróquia Centenária – Igreja Nova (Imprensa Universitária, Maceió, 1979)
O Império das Musas (Edição do Autor, Maceió, 1981)
Coisas do Penedo (Sergasa, Maceió, 1992)
Os Franciscanos em Alagoas (Sergasa, Maceió, 1982)
Religião e Racismo – Discriminação Racial nas Irmandades (Sergasa,Maceió, 1983)
A Campanologia de Alagoas (Sergasa, Maceió,1985)
Perfil (Sergasa, Maceió, 1987)
Igrejas de Maceió (Edição do Autor, Maceió, 1987)
O Barroco em Alagoas – Caminhos da Escultura Sacra (Sergasa, Maceió, 1989)
Os Caminhos da Escultura Sacra (Sergasa, Maceió, 1991)
O Barão de Penedo – A Missão da Palavra (Sergasa, Maceió, 1992)
História da Arte Brasileira ( Edição do Autor, Maceió, 1987)
Coisas do Penedo (Sergasa, Maceió, 1982)
Arruar pelo Tempo (Grafitex, Maceió, 1993)
Penedo Ontem e Sempre (Sergasa, Maceió, 1975)
Alagoas e sua Emancipação (Sergasa, Maceió, 1981)
Os Fonseca e a História (Sergasa, Maceió, 1985)
Santa Maria Madalena (Sergasa, Maceió,1994)
Caderno de Música Sacra (Sergasa, Maceió, 1993)
Missa Regina Ordinis Minorum (Sergasa, Maceió, 1993)
Missa in Honorem Beatissimi Patris Nostris Francisci (Sergasa, Maceió, 1994)
Missa Sponsa Christi (Inédita, 1995)
Missa in Honorem Beatissimi Patris Nostris Francisci (Sergasa, Maceió, 1994)
Ave Maria (Música – Inédita, 1996)
No dia 25 de janeiro de 1996, a histórica cidade de Penedo, um dos primeiros núcleos da formação do Estado de Alagoas, prestou expressiva homenagem a um de seus filhos, o falecido historiador, musicista, poeta e professor Ernani Méro.
O povo de Penedo assim o quis pelo reconhecimento de toda uma vida dedicada à sua terra, onde nasceu a 15 de fevereiro de 1925.
Ernani Méro, filho de Osvaldo Méro e Áurea Otacílio Méro, realizou seus estudos nos bancos escolares penedenses de onde saiu apenas para cursar o ginásio no Seminário Franciscano de Ipuarana, na cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba, retornando em seguida diante das necessidades surgidas com a morte de seu genitor.
Jovem, ainda, começou a trabalhar, percorrendo as estradas, em cima de um caminhão, para se deslocar até a fábrica de Marituba naquele Município.
Com imenso sacrifício, o professor Ernani chegou ao magistério alagoano, lecionando História, Geografia e Música em diversos educandários alagoanos, e no ensino superior de Penedo e Maceió, tendo, inclusive, sido Secretário da Fundação Educacional do Baixo São Francisco, de ensino superior.
No campo das artes, o ilustre penedense foi membro da Comissão de Música Sacra da Arquidiocese de Maceió, Regente dos Corais da Catedral Metropolitana de Maceió e da Catedral de Penedo, fundador e secretário da União Teatral de Amadores de Penedo. O musicista compôs os hinos do Colégio Diocesano de Penedo, da Imperial Filarmônica Sete de Setembro de Penedo, da Padroeira do Município de Igreja Nova, das Bodas de Ouro da Pia União das Filhas de Maria da Catedral Metropolitana de Maceió, além de muitos outros.
No campo das Letras, o pesquisador Ernani Mero chegou a ser membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, do qual foi seu Secretário até o último dia de vida; da Academia Alagoana de Letras; fundador da Academia Penedense de Letras; sócio correspondente do Ateneu Angrense de Letras e Artes, de Angra dos Reis; além de ter escrito inúmeros artigos nos jornais alagoanos.
Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, a contribuição à cultura alagoana dada pelo meu homenageado traz-nos a obrigação de dedicar-lhe estes instantes nesta tribuna, pois, além do magistério, do homem público que exerceu várias funções nos órgãos culturais e educacionais de minha terra, foi um incansável pesquisador, tendo deixado inúmeras publicações, editadas de 1974 até hoje, entre as quais a História de Penedo; Na Varanda do Tempo; Os Franciscanos em Alagoas; Igrejas de Maceió; Os Caminhos da Escultura Sacra; O Barão de Penedo; A Emancipação Política de Alagoas; e Santa Maria Madalena, História do Município de Marechal Deodoro.
O então Deputado Federal Luís Medeiros Netto, ao prefaciar o livro História de Penedo, salienta que “… a inteligência caprichosa do historiógrafo Ernani Mero assume o domínio de uma história da qual passa a ser o melhor expositor. (…) importa aplaudir-lhe a iniciativa e secundar-lhe o esforço em trazer presente esta obra para os olhos de todos os alagoanos. A sua divulgação é um imperativo para os governos do Estado e do Município, senão também para todos os penedenses ciosos de ver engrandecida a “Cidade-Monumento dos Alagoanos.”
O Estado de Alagoas deve muito ao esforço do professor Ernani na preservação de seu patrimônio histórico e cultural, que, durante toda sua vida lutou denodadamente contra o indiferentismo e a destruição do acervo histórico e cultural de nossa terra.
Além dos mais, professor Ernani constituiu, ao desposar dona Nair Barros Méro, uma respeitável família, tendo nascido desse matrimônio os filhos Osvaldo, Carlos, Marcos, Ricardo e Maria de Fátima que contribuem de forma brilhante para o desenvolvimento do meu Estado. O filho Osvaldo é atualmente funcionário do Banco do Brasil, Marcos e Ricardo desempenham suas funções na área de direito, e Maria de Fátima, seguindo o pai, atua no magistério.
Srªs e Srs. Senadores, seguindo o exemplo dos cidadãos penedenses, no último dia 29 de janeiro, o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas prestou merecida homenagem ao professor Ernani Méro, ex-membro daquela Instituição.
Na ocasião, o membro daquele Instituto, ex-Reitor da Universidade Federal de Alagoas, professor João Azevedo, em nome de seus confrades, pronunciou discurso, sob o título Uma Alma na Penedia, do qual destaco algumas palavras, fazendo-as minhas:
“Uma alma na penedia é concreta. Fez-se assim no peregrinar de sua vida terrena e far-se-á assim na ressurreição para a vida eterna, eterna na convicção da fé que bordou sua existência e na imortalidade construída nos registros do caminhar do seu povo incrustado nas margens do Opara.
Ernani, na singeleza de sua vida, pesquisando, cantando, poetando, construindo a dignidade de sua família e amando seu povo, fez-se inquebrantável pedra na história de sua gente.”
Autor: GUILHERME PALMEIRA